31/08/2016

Produto Nacional: Entrevista com Giulia Moon


Boa noite, sejam bem-vindo a mais um "Produto Nacional"!

Hoje, como diz o título, teremos a entrevista com uma das autoras mais lidas hoje em dia, a vampira fofa (sim, porque ela é!!!) Guilia Moon.

Tive a oportunidade de conhecer ela e o trabalho dela num evento de literatura fantástica que teve perto de onde moro (para os curiosos, somo do Sul, tchê! hahaha) e foi FANTÁSTICO - assim como o evento!
É sempre muito emocionante conhecer um autor e falar com ele. E nós estamos muito felizes que a Giulia aceitou participar dessa entrevista e mostrar um pouco mais dela para nós!

Bora então!

EL&E: Quando começou a escrever?
G.M.: Desde pequena, as aventuras de criaturas sobrenaturais sempre me fascinaram. Mesmo antes de aprender a escrever, invetava histórias alternativas para personagens de livrinhos infantis, geralmente japoneses, que minha avó lia para mim. Eram histórias tradicionais do folclore japonês, que, de tanto ouvir, eu decorava, e recontava para minha avó, mudando tudo para ficar como eu queria. Quando comecei a frequentar a escola, passei a desenhar minhas historinhas em forma de mangá. Preferia desenhar a escrever! Acho que só comecei a rabiscar em alguns contos quando já tinha uns catorze ou quinze anos.

EL&E: Como é para você escrever? (O que sente? O que te motiva a contar histórias? O que acredita que elas fazem com quem as lê? Como é seu processo de criação?)
G.M.: Para quem escreve literatura de entretenimento como eu, escrever é se divertir. Imaginar a solidão, as carências, os prazeres e as loucuras de criaturas extraordinárias, e depois colocá-los para viver aventuras é uma diversão quase divina! Eu sempre digo que, se o próprio autor não está se divertindo com o que escreve, como pode esperar que o leitor se divirta? Eu faço de tudo para que isso nunca aconteça!
Graças à internet, interajo bastante com meus leitores, que me transmitem generosamente as suas reações aos meus trabalhos. Eles me dizem que amam determinados personagens, que odeiam outros, que sentem falta do livro quando acabam de ler. Já recebi broncas por ter eliminado de forma pouco delicada um personagem que acabou se tornando querido. Já soube de pessoas que pararam de ler certos trechos para voltar depois, porque a dose de tensão era alta demais. E isso tudo é muito bom, estimulante, fascinante. Cada vez que um leitor fala sobre meus personagens, é como se eles adquirissem mais vida (ou morte...). Cada vez que me dizem que tremeram de medo aqui, choraram de tristeza ali, riram e gritaram acolá, os meus dedos coçam de vontade de escrever mais e mais!
Quanto ao meu processo de criação, não poderia ser mais simples. Começo com uma história simples, sem muitos detalhes, sempre com o começo, meio e fim criados - mas nunca definitivos. Depois, enquanto escrevo, vou enriquecendo a trama, dando nuances aos personagens, mudando tudo. As ideias vêm em qualquer lugar: andando na rua, durante o banho, vendo TV... Procuro anotá-las na hora, no celular se estou na rua, ou num caderno se estou em casa.

EL&E: O que inspirou a escrever sobre o universo dos seus livros?
G.M.: A cultura japonesa é uma matéria muito rica, fascinante e inspiradora, que faz parte das minhas raízes. E as cidades brasileiras caóticas, cheias de ruídos, cheiros e cores são um cenário muito inspirador. E o que dizer dos vampiros, esses seres incríveis, que têm frequentado a imaginação das pessoas há tanto tempo, e sempre ressurgem reformulados, revigorados, imortais como eles próprios? A série Kaori une um pouco de tudo isso, e é tudo o que eu amo: Japão, samurais, animes e vampiros sensuais e cheios de paixão em história que mergulham no lado obscuro, assustador e aterrorizante da imaginação. Não existe nada mais inspirador do que escrever sobre o que se ama!

EL&E: Qual personagem você teve mais prazer em escrever? Por quê?
G.M.: É difícil escolher um só, pois adoro escrever sobre todos os meus personagens, mesmo os que aparecem bem rapidinho. Dentre os principais, gosto muitíssimo do samurai Takezo, que é um belo espécime de vampiro oriental nobre, poderoso e, ao mesmo tempo, cheio de senso de humor; amo Omitsu, a kitsune que canta, dança e recita versos, pois ela traz consigo a alegria - e também malcriações - de uma criança; e, gosto muito - mas muito mesmo - de Missora, que deixa muitos supervilões no chinelo, com sua maldade, sadismo e violência. Mas, acima de todos, acho que Kaori é minha favorita. Ela é uma vampira que viveu séculos de aventuras épicas e perigosas no Japão feudal; hoje, ela circula pelas noites paulistanas no bairro da Liberdade, ou pelas ruas cheias de charme de Copacabana, balançando o seu corpo com o seu jeito delicado, sensual e, muitas vezes, devasso. Ela é linda, livre e forte, e pode matar você num piscar de olhos, ou mergulhá-lo num mar de delícias. E o melhor: ela pode estar aí, no lado de fora da sua janela... A busca por esse frisson, essa energia, é minha maior inspiração!

EL&E: Na(s) trama(s) da(s) sua(s) história(s) tem algum elemento ou fato que retirou da sua vida pessoal, algum trauma ou experiência marcante fantasiada na narrativa?
G.M.: Sempre tiro muita coisa do que eu vivo, ouço e observo na minha vida, qual escritor não faz isso? Mas geralmente os fatos que dão origem à ficção são apenas inspirações, um ponto de partida para a imaginação do autor, que mexe e trabalha tanto neles que, ao final, se tornam irreconhecíveis. Não me lembro de nenhum exemplo pessoal mais marcante, mas posso citar um episódio assustador, narrado por um amigo, que acabou virando um bom conto. Esse amigo, desde pequeno, teve algumas experiências peculiares, dentre elas, a companhia de um amigo invisível. Um dia, o garoto resolveu "levar" esse amigo invisível à escola, e acabou assustando algumas crianças, que, para sua surpresa, conseguiam ver o seu acompanhante. O caso rendeu uma grande confusão. Esse episódio, bem modificado, claro, acabou se transformando no conto "Júnior e o seu Gnuko", publicado no meu terceiro livro, " A Dama-Morcega".

EL&E: Qual foi o autor ou autora que mais lhe inspirou a escrever? Qual frase ou ação dele(a) que lhe motiva até hoje e que usa como referência de grandes mudanças na literatura?
G.M.: Uma das minhas maiores inspirações é a escritora Anne Rice. Até hoje, considero "O Vampiro Lestat" o meu livro preferido! Ao publicar, em 1976, o "Entrevista com o Vampiro", o primeiro livro de suas Crônicas Vampirescas, Anne Rice introduziu na literatura de horror o vampiro sedutor mais bem-acabado e complexo, que se tornou o modelo de todos os vampiros do gênero que vieram depois - Lestat de Lioncourt. Nascido na França no século XVIII, Lestat é belo, egoísta, indefinido sexualmente, exibido, inconsequente, perigoso e fascinado por questões existenciais, religiosas e estéticas. E, se você o imagina falando de forma empoada, com cara de nobre fora de época, saiba que Lestat se veste na última moda, escreve livros e já foi até um astro de rock!
A imensa cultura de Anne Rice permite que ela inclua em seus livros referências interessantíssimas sobre arte, filosofia, religião e história. Seus personagens exibem uma profundidade psicológica muito acima da média dos livros do gênero. Os livros da Anne Rice, especialmente os primeiros da série, são uma mistura muito bem dosada de horror, aventura e suspense, sustentada por descrições incríveis de cenários, citações sobre Arte e História e personagens apaixonantes. Depois de Lestat, no decorrer das décadas, o personagem do vampiro sedutor foi banalizado por imitações de pouca qualidade, por tentativas de transformações em mocinhos bonzinhos e por enredos ruins no cinema. Por isso, se você quiser saber como é um belo vampiro, perigoso e fascinante - de verdade - vá até a origem, conheça o que foi escrito de melhor sobre ele: leia Anne Rice.
Eu posso dizer que me tornei escritora graças a Anne Rice, pois foi procurando sobre ela na internet, no final de 1999, que encontrei o grupo de discussão Tinta Rubra, um yahoogroup que reunia escritores amadores que escreviam histórias de vampiros. Doi lá que comecei a escrever de forma mais frequente e profissional, e acabei entrando neste mundo literário!

EL&E: Possui alguma mania ou peculiaridade quando escreve? Por exemplo, coloca um estilo de música especial, se tranca num quarto por horas, faz jejum enquanto escreve um capítulo, escreve de pé, etc.
G.M.: Nada muito bizarro ou diferente. O que eu preciso: uma xícara de chá verde quentinho, a minha mesa de trabalho e o meu computador. Tenho horários flexíveis para trabalhar, mas prefiro fazê-lo durante a manhã, bem cedinho. Às vezes ouço música. Gosto de escrever cenas de ação ouvindo rock, por exemplo. E quando uma cena está particularmente difícil de ser escrito, paro tudo e como um tablete de chocolate meio amargo, minha paixão! Geralmente dá certo, depois a cena sai rapidinho!

EL&E: Há diversos autores que foram consagrados com um gênero específico de literatura e quando escreveram algo fora disso, não foram tão bem-sucedidos. Hoje, você se imagina escrevendo algo diferente do estilo que vem publicando? E, se sim, como acha que lidaria se o seu novo gênero não fosse tão bem-aceito como o anterior?
G.M.: Eu nunca me considerei especialista num só gênero, gosto de experimentar , de explorar novos caminhos. O meu último livro, por exemplo, não tem vampiros. Chama-se "Histórias Felinas", e é uma coletânea de contos de gatos, minha outra paixão, que escrevi em parceria com uma querida amiga e excelente escritora, Helena Gomes. Entre os contos, tem até um conto de ficção científica, uma história policial com gatos, que se passa no futuro. Mesmo entre os livros da série Kaori, há diferenças entre o primeiro e o segundo volume, pois a Giulia que escreveu o "Kaori: Perfume de Vampira" era diferente da Giulia que escreveu "Kaori 2: Coração de Vampira".
Acho que, tudo isso, no final das contas, depende de cada autor, do seu momento. Claro que um caminho novo não é fácil quanto um já conhecido, mas faz parte da vida inovar, crescer e mudar. Se, dentro de si, o escritor sentir que está na hora de experimentar novas formas de se expressar, deve seguir o seu instinto, o seu coração. Quanto ao ser bem-aceito ou não, repetir fórmulas não garante o sucesso de um livro. Acho que é mais importante manter-se fiel a si mesmo, mesmo que signifique correr mais riscos.

EL&E: Como você publicou seu livro? Como foi o contato com a editora: você a procurou ou ela procurou?
G.M.: O meu primeiro livro, "Lua de Vampiros", foi uma edição paga e saiu em 2003 pela Editora Scortecci, numa época que pouca gente se aventurava a ser escritor, ainda mais de horror ou fantasia. A publicação do meu segundo livro, por outro lado, foi uma história bem mais emocionante: eu publicava regularmente alguns contos num tabloide chamado "Café Literário" em 2004. Um dos meus contos chamou a atenção do editor da Landy Editora, que entrou em contado com a redação e conseguiu o meu telefone. Imaginem receber uma ligação em sua casa de alguém que se apresenta como um editor que quer publicar você! Foi isso que aconteceu comigo, como um conto de fadas.

EL&E: Como encara o alto investimento de grandes editoras em livros internacionais?
G.M.: Os sucessos internacionais já vêm com garantia de vendas, pois trazem consigo a maciça divulgação no noticiário internacional, a adaptação para cinema ou TV e milhares de outras fontes de divulgação. Mesmo que o investimento da editora seja alto, é compensador, pois é quase certo que será um sucesso de vendas. E isso, num mercado em crise como o brasileiro, conta muito. Além disso, existe ainda um grande desconhecimento por parte das editoras sobre autores brasileiros, por isso tendem a optar por investir no conhecido, no já testado. Mas há editoras que sempre privilegiaram o autor nacional. Vou citar as que conheço mais de perto: a Giz Editorial (que publica a série Kaori e os livros de dois ótimos autores: Walter Tierno e Roberta Spindler) e a SESI-SP Editora, pela qual vai sair "Contos Felinos".

EL&E: Em relação a arte da capa e da parte interna do seu livro, você gerenciou ela meticulosamente ou deu a ideia de como imaginava e criaram pra você?
G.M.: A capa do primeiro livro da série Kaori foi criada por um grande amigo meu, já falecido, chamado Beleto Maya, e as capas posteriores seguiram o design original com poucas variações. Eu sugeri o nome de Beleto para a Giz Editorial, que aceitou a sugestão. A capa e a diagramação foram aprovadas em comum acordo entre a editora e eu. Mas devo ressaltar que venho da área publicitária, onde trabalhei como diretora de arte e ilustradora por muitos anos, portanto tenho conhecimentos específicos sobre o assunto. Claro que a contribuição do autor é muito importante na hora de transmitir o conteúdo, o clima e o estilo do livro para a confecção da capa e da diagramação. Mas nem sempre as editoras permitem essa interferência. O melhor, no caso, é respeitar os processos de cada editora e deixar para os profissionais as decisões sobre a parte visual do livro. Geralmente eles sabem o que fazem.

EL&E: Como você, escritor(a) e também amante de literatura, explicaria o fato dos brasileiros lerem tão pouco? Que medidas você acredita que deveriam ser feitas para melhorar nossa média anual de leituras?
G.M.: Falta de hábito familiar de leitura, preços altos dos livros e um currículo escolar que privilegia a leitura de títulos difíceis para quem ainda está começando a sua trajetória de leitor. Acho que é por aí que começaram as barreiras, que levam o brasileiro médio a ler muito pouco. Não é uma área em que tenho me aprofundado muito, mas, na minha opinião, dever-se-ia concentrar os esforços nos programas de incentivo à leitura nas escolas, em medidas para deter o desaparecimento gradual das pequenas livrarias, que faziam um trabalho importante, permitindo o acesso a livros nos locais mais distantes, e procurar soluções para oferecer os livros a preços mais acessíveis.

EL&E: Se você pudesse falar com um futuro escritor, que estivesse com medo de publicar seu projeto, 3 coisas que você diria a ele que só a vida de escritor publicado lhe ensinou?
G.M.: Se há algo que um escritor novato deve ter certeza antes de publicar é saber se o seu livro se encontra dentro dos mínimos padrões profissionais. E a maioria dos novos escritores publicam sem essa certeza, às pressas, geralmente investindo alto no seu sonho. Resultado: ele está queimando a sua grande oportunidade de seguir uma carreira mais sólida, com continuidade, com qualidade.

Mas como ter essa certeza? Há uma infinidade de aspectos a serem analisados, e seria muito difícil resumir em apenas 3. Mas eu acredito que o escritor deveria fazer a si mesmo 3 perguntas:
  1. Encontrei a minha "voz" e ele está neste livro? Reflita se o livro é a expressão do seu estilo, o gênero que melhor se adequá a você, se o que está escrito veio realmente de você ou é apenas uma tentativa de repetir obras de outros autores.
  2. Os meus personagens são bons? Se você criar um personagem querido pelos leitores, é meio caminho andado para o sucesso do livro!
  3. O meu livro foi planejado corretamente? Um bom livro não é só um amontoado de textos. Tem que ter ritmo, o tamanho, o começo e o final certos. Para isso, é preciso planejá-lo com cuidado, pensando no todo, não apenas nos detalhes.
Se você não soube responder a essas perguntas, precisa de ajuda antes de publicar. E foi pensando nisso, que um dia, enquanto conversava de forma descompromissada com um amigo escritor, Walter Tierno. Nessa conversa, nasceu um projeto legal, que temos posta em prática há um ano. A ideia é ensinar escritores inciantes a escrever de forma realmente profissional. Nasceu daí um curso de escrita literária - o ESCREVIVENDO - onde ensinamos técnicas de escrita, de criação de personagens e de desenvolvimento de um livro. E também damos dicas sobre como se portar profissionalmente, as particularidades do mercado literário, como fugir de arapucas criadas para enganar os neófitos, etc.
Escrevivendo tem 3 módulos:
1. Menos é Mais - ficado em estilo, texto e criação de enredo;
2. Criadores e Criaturas - focado em desenvolvimento de personagens;
3. Da Gaveta à Livraria - focado na construção da estrutura do livro e as etapas para a sua realização.
Então fica aqui o convite. Deem uma olhada no blog Escrevivendo, onde encontrarão mais detalhes sobre cada curso. E também encontrarão alguns contos escritos pelos nossos "escreviventes", onde poderão medir a pegada desses garotos incríveis. Walter e eu estamos bastante orgulhosos deles!
Click AQUI e acesse o blog!

EL&E: Deixe um recado aos nossos leitores e aos aspirantes a escritores:
G.M.: O meu recado é simples: leiam, leiam e leiam. Ler é bom para a saúde mental e espiritual. Leiam de tudo, não se limitem a poucos gêneros, procurem diversificar a sua leitura e mantenham a mente aberta. Não existem, gêneros ruins, mas livros mal-escritos.
Experimente ler os autores brasileiros. Existem ótimos escritores entre nós. E pra finalizar: se quiserem me conhecer melhor, apareçam no meu perfil do Facebook AQUI ou no Twitter: @giuliamoon.

CURIOSIDADES: Kaori e o Samurai Sem Braço - Melhor romance de Literatura Fantástica de 2012 - Prêmio Argos do Clube de Leitores de Ficção Científica do Brasil.
Kaori: Perfume de Vampira - Melhor romance de Literatura Fantástica de 2009 - Prêmio "Melhores do Ano", da escritora e editora Ana Cristina Rodrigues.
Conto "Eu, a sogra" (Imaginários Vol. 1) - 3º lugar no Concurso Hydra 2012, organizado pelo blog A Bandeira do Elefante e da Arara em parceria com Orson Scott Card's Intergalactic Medicine.

Giulia Moon já trabalhou como diretora de arte, ilustradora e publicitária, foi a responsável pela criação dos conhecidos personagens Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre na sua vida pré-vampiresca.

Eu não sei vocês, mas eu senti um clima envolvente nessa entrevista! Com certeza, a Giulia sabe transmitir sua essência nas palavras!
Desejo que todos vocês tenham a oportunidade de, um dia, ficarem frente a frente com a Giulia. Do fundo do meu coração, desejo isso a vocês!

Nós, aqui do EL&E, estamos imensamente felizes com a entrevista e aguardem que logo mais virão!!!

Então é isso, espero que tenham gostado e que tenham se divertido conhecendo um pouquinho mais da nossa "Dama Morcega". Comente, bastante mesmo, hein!


Carinhosamente, 
Equipe EL&E

Um comentário:

  1. Giulia, bela entrevista.Eu admiro vc como pessoa e como escritora.Aliás já mordemos juntas em nosso livro Os lobisomens também amam

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