Sejam bem-vindas a mais um "Produto Nacional" com Entrevista.
Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre essa autora, que já apresentamos obras dela por aqui, como a série Filhos do Acordo.
É um imenso prazer ter contato com a Thais, pois além de uma excelente autora, é alguém com quem se pode trocar boas ideias e também se divertir.
Estamos muito contente que ela aceitou participar, pois é emocionante demais!
É uma entrevista bem divertida e com textão (como a gente A-DOOO-RAA).
Bora conhecer mais sobre a Thais Lopes!
EL&E: Quando você começou a escrever?
T.L.: Basicamente, quando aprendi a escrever.
Sempre tive muita imaginação, inventava histórias desde
criancinha, e comecei a escrever essas histórias praticamente desde
que aprendi a escrever mesmo. Comecei a pensar em escrever “a
sério” mesmo quando tinha dezoito ou dezenove anos, que foi quando
comecei a conhecer as editoras que trabalhavam com autores nacionais
e comecei a ver a opção de publicar independente.
EL&E: Como é para
você escrever? (O que sente? O que te motiva a contar histórias? O
que acredita que elas fazem com quem as lê? Como é seu processo de
criação?)
T.L.: É um vício. Eu
simplesmente não consigo não
escrever. Costumo brincar falando que tenho um probleminha de excesso
de criatividade, e isso é bem verdade. Qualquer coisa pode virar
ideia, literalmente. Já comecei livros por causa de sonhos, o que é
até comum. Mas já comecei livros por causa de comentários
aleatórios feitos no telefone, por causa de surtos assistindo filme,
por causa de uma frase solta qualquer que escutei andando na rua, por
causa de letra de música (esse é bem frequente, aliás), por causa
de alguma imagem que vi... E por aí vai. As histórias brotam quase
que sozinhas: já aconteceu de eu estar em um ensaio do coral e do
nada eu estar pensando em uma cena se passando em um bar de
lobisomens. Até hoje não sei de onde isso veio, juro! Mas no fim
das contas, o que realmente me motiva são as reações e os
comentários depois. Saber que tem pessoas que acreditam no meu
trabalho e que, de alguma forma ou de outra, minhas histórias fazem
partes de outras vidas agora, não só da minha.
EL&E: O que
inspirou a escrever sobre o universo dos seus livros?
T.L.: A minha vontade de ler livros e mundos
assim, principalmente. Cresci lendo muita fantasia, e sempre senti
falta de mulheres fortes como protagonistas. No máximo, elas estavam
lá como coadjuvantes, para ajudar o protagonista homem. Isso foi me
irritando tanto, que quando escrevi minha primeira história no mundo
das Crônicas de Táiran a situação era a seguinte: tinha
acontecido uma guerra, a maior parte da população tinha fugido, e
só ficaram as mulheres para lutar. Lembro da minha mãe me
perguntando até hoje porque eu não escrevia nenhum personagem
importante que fosse homem. Então eu criei mundos onde as mulheres
eram fortes, onde elas podiam tomar a frente numa luta e isso seria
normal, ou até mesmo esperado. Até hoje, isso é uma marca dos meus
livros. Depois da questão das mulheres, vieram outras questões
sociais, que eu queria ver sendo trabalhadas em livros, mas sem que
me deixassem com aquela sensação de que o autor estava querendo me
dar uma lição de moral. Então eu juntei isso tudo com as ideias
malucas que brotam do nada, e essa acaba sendo a inspiração para
todos os meus mundos.
EL&E: Qual
personagem você teve mais prazer em escrever (Vilões, Mocinhos,
Alienígenas...)? Por quê?
T.L.: Krisla, protagonista de Protetora. Ela
foi a minha personagem mais difícil de escrever até hoje. Tem um
passado complicado, tomou decisões difíceis (e deixou de tomá-las
também) e ainda arca com as consequências disso o tempo todo. Foi
difícil demais entrar na cabeça dela, mostrar a Krisla como eu a
imaginava, passar o que eu queria que a história dela passasse. Acho
que justamente por ter sido uma personagem tão complicada de
escrever, foi aquela que mais me fez abrir sorrisos quando escrevia
as cenas e via a história dela fluindo, e depois vendo o resultado
final.
EL&E: Na(s) trama
da(s) sua(s) história (s) tem algum elemento ou fato que retirou da
sua vida pessoal, algum trauma ou experiência marcante fantasiada
na narrativa?
T.L.: Já admiti por aí que a Gabi,
protagonista de Kernos, tem umas tantas coisinhas minhas (mas eu não
tinha como não me representar nessa história. Não mesmo). Fora
isso, em quase todos os livros eu aproveito alguma coisa da minha
vida nas histórias, mas diluindo e encaixando dentro daquele
contexto ali. É uma forma de jogar o aquilo ali para fora, ao mesmo
tempo em que eu consigo trabalhar o emocional dos personagens em
torno dessa situação de uma forma mais detalhada.
EL&E: Qual foi o autor ou autora que mais lhe inspirou a escrever? Qual frase ou ação dele (a) que lhe motiva até hoje e que usa como referência de grandes mudanças na literatura?
T.L.: É complicado falar de autores que me
inspiraram (e falar um só é impossível). Desde o começo, Tolkien.
Li Senhor dos Anéis, O Hobbit e O Silmarillion quando tinha 12 anos
e me apaixonei. Foi onde eu aprendi que não adiantava criar só o
agora da história. Eu precisava criar os motivos, o passado daquele
mundo, para só então ter um conflito que realmente funcionasse e
conseguir criar personagens “reais”. Além dele, as escritoras
que mais me inspiraram e inspiram são Kim Harrison e Ilona Andrews,
que me mostraram que literatura fantástica é festa e eu posso sair
misturando tudo e mais um pouco sem medo. Posso passar raiva fazendo
tudo isso funcionar depois, mas posso ser feliz e fazer minha
mistureba louca (que hoje em dia é minha paixão).
EL&E: Possui alguma
mania ou peculiaridade quando esta escrevendo? Por exemplo, coloca
um estilo de música especial, se tranca num quarto por horas, faz
jejum enquanto escreve um capítulo, escreve de pé, etc.
T.L.: De forma geral, eu escrevo em qualquer
lugar e situação. Já escrevi muito no celular, dentro do ônibus,
enquanto estava parada no trânsito ou viajando para algum lugar. O
mais perto de uma mania que tenho é ouvir música. Tenho playlists
de escrita para todos os livros, com as músicas que me deram o
“clima” para escrevê-los. Mas isso não é bem uma mania
exclusiva de quando escrevo, porque se depender de mim faço tudo
ouvindo música (e se bobear cantando junto).
EL&E: Há diversos
autores que foram consagrados com um gênero específico de
literatura e quando escreveram algo fora disso, não foram tão
bem-sucedidos. Hoje, você se imagina escrevendo algo diferente do
estilo que vem publicando? E, se sim, como acha que lidaria se o seu
novo gênero não fosse tão bem-aceito como o anterior?
T.L.: Não me vejo saindo da literatura
fantástica. Ela sempre foi minha paixão, desde criança, e é onde
sinto segurança para escrever. O mais perto de sair disso que eu
acho que vou chegar é justamente com a série Filhos do Acordo, que
foge um bom tanto do meu padrão. Ela é mais focada no romance,
apesar de ser ficção científica, com conflitos mais simples e mais
divertida. E super bate aquele medo de “será que estou fazendo
isso direito? Será que está funcionando mesmo, e não estou
forçando?” em cada livro, toda vez que mando capítulo para as
betas, toda vez que posto no Wattpad.
EL&E: Como você
publicou seu livro? Entrou em contato com editoras? Se sim, como foi
o contato com a editora: você a procurou ou ela procurou?
EL&E: Como encara o
alto investimento de grandes editoras em livros internacionais?
PS:
Se não, como é o caminho da auto publicação? Quais são os
desafios e as facilidades? Vale a pena?
T.L.: Meus livros são lançados pela Senhor da
Lenda, que é um selo próprio. Antes de “começar” ela em
parceria com um amigo, pesquisei muitas editoras e entrei em contato
com várias, mas não fiquei satisfeita com as propostas que recebi e
preferi trabalhar de forma independente. Pode até ser relativamente
simples lançar um livro de forma independente, mas dá um bom
trabalho. O autor se torna responsável por todas as etapas do
processo, tem que cuidar para que tudo sem feito com boa qualidade,
senão desde a revisão até a capa. Publicar de forma independente é
uma aula. Você é obrigado a aprender sobre o mercado, sobre todo o
processo de produção de um livro, faixa de preço de profissionais,
onde achar esses profissionais, como publicar, encontrar gráficas e
tudo mais, e isso sem nem mencionar a divulgação. É complicado,
exige um certo tempo, mas vale a pena demais. É muito bom ter
controle total sobre o processo de publicação, de ponta a ponta,
porque isso me permite ter meus livros exatamente como quero.
T.L.: Natural, levando em conta que, no fim das
contas, as editoras são empresas e precisam se manter em um mercado
não tão bom assim, levando em conta que a leitura não é um hábito
muito comum no Brasil. É um investimento seguro para eles: os livros
já passaram por todo o processo de edição lá fora, já estão
totalmente lapidados e na maioria das vezes já fazem um certo
sucesso. Ou seja: nem vão ter tanto trabalho assim com a divulgação.
Posso não gostar de como os autores nacionais são praticamente
ignorados pela maioria das grandes editoras, mas entendo os motivos
por trás disso.
EL&E: Como você,
escritor e também amante da literatura, explicaria o fato dos
brasileiros leem tão pouco? Que medidas você acredita que deveriam
ser feitas para melhorar nossa média anual de leitura?
T.L.: Essa questão é complicada, porque está
ligada à realidade do brasileiro. Para uma grande parte da
população, a prioridade da vida é conseguir ter dinheiro para o
básico. Para comer, para manter um teto sobre a cabeça. A leitura
em si é um luxo, até porque só recentemente o mercado está
começando a aceitar mais literatura “de massa” (eu odeio esse
termo, mas é a forma mais simples de definir aqui), que é acessível
para quem não cresceu com o costume de ler. Outra questão
importante é como a literatura é trabalhada dentro de sala de aula,
quando é trabalhada. A maioria dos alunos tem contato apenas com a
literatura clássica. Como você coloca um adolescente que não tem
nenhuma bagagem literária para ler Machado de Assis e espera que ele
goste? Que ele veja a leitura como algo prazeroso? A leitura é
transformada em mais uma das “chatices” da escola, e nada além.
Isto é algo que deveria ser mudado para melhorar essa média anual
de leitura. Trabalhar os livros “modinha” dentro de sala de aula,
por que não? Quem disse que eles não têm nada a ensinar? E, além
de ensinar, eles ajudam a criar um hábito. Afinal, quantas pessoas
vemos hoje que começaram a ler com Harry Potter (o pessoal mais ou
menos da minha idade), com A Culpa é das Estrelas, Jogos Vorazes e
tantos outros que foram lançados recentemente? Ou as mulheres que
começaram a ler com 50 Tons de Cinza e se tornaram consumidoras
assíduas de literatura erótica? Isso é uma mudança necessária –
aceitar que literatura não é apenas o acadêmico. É um debate
longo e complicado, e que envolve muito mais do que apenas chamar
atenção para a leitura.
EL&E: Se você
pudesse falar com um futuro escritor que estivesse com medo de
publicar seu projeto, diga 3 coisas que você diria a ele que só a
vida de escritor publicado lhe ensinou?
T.L.: Primeiro, tenha consciência de que vai
ouvir críticas. É impossível lançar um livro perfeito, que vai
agradar todo mundo. E também não adianta muito ficar segurando seu
material, trabalhando e trabalhando, esperando ele ficar o mais perto
possível de perfeito para lançar. Tem muitas coisas que você só
vai aprender e começar a ver no texto depois de publicar e ouvir
umas tantas críticas,
Segundo, esteja preparado para essas
críticas. Não se sinta ofendido por crítica negativa, não leve
para o lado pessoal. E também não vá nesse papo de que “se estão
criticando é porque está incomodando” ou de “é hater”. Não
descarte essas críticas, não tente desacreditar quem falou. Em vez
disso, espere, dê um tempo, releia a crítica com a cabeça mais
fria e veja o que pode aprender com ela. Sempre vai ter alguma coisa
útil ali. Sempre. Então ache o que tem para aprender com as
críticas negativas.
E terceiro.... Não pague para publicar.
Sério, não caia nessa. É ferrada. Falando de coração. Corre.
EL&E: Além de
escrever histórias, você desempenha outras tarefas no mundo
editorial, como o desenvolvimento da capa e da diagramação,
tradução, leitura crítica, etc.. Como você encara essa tarefa
multifuncional? Quais são os prós e os contras de fazer um livro
todo sozinha, desde a escrita até a diagramação?
T.L.: É meu trabalho, e que acaba me ajudando
muito com meus próprios livros. Aprendi muito (sobre o que fazer e o
que não fazer) enquanto estava revisando ou traduzindo. É
complicado, desgastante, até, mas adoro esse trabalho.
Uma coisa que eu sempre repito: não dá
para fazer um livro sozinha. Não dá, simples assim, por causa de
duas etapas básicas: leitura crítica e revisão. O autor está
próximo demais do texto para conseguir fazer isso por conta própria.
É aquela coisinha de revisão: você já está tão acostumada com o
texto que lê o que acha que escreveu, e não o que realmente está
escrito. E no caso da leitura crítica, a história está viva demais
dentro da sua cabeça que não consegue ver o que precisa ser
trabalhado. Mas, fora isso... Fazer as capas e a diagramação
exatamente como quero são a melhor coisa. O maior pró é exatamente
esse: ter o resultado final como eu imaginei, desde o começo. Posso
brincar com a arte da capa, fazer de acordo com o que eu acho que é
o certo para a história, mesmo que não esteja dentro do padrão do
mercado nacional. Posso brincar com a diagramação, colocar
detalhes, procurar novos recursos e fazer realmente como quiser. E o
maior contra... Tempo. Haja tempo!
EL&E: Sobre a parte
de traduções, como e quando começou a traduzir?
T.L.: Comecei a traduzir do inglês para o
português uns bons anos atrás, quando meu pai perguntou se eu não
queria traduzir alguns arquivos científicos para os colegas de
faculdade dele e ganhar um dinheiro extra. Fiz isso por algum tempo,
mas depois que ele se formou eu não corri atrás de continuar, até
porque traduzir linguagem técnica é bem complicadinho. Ano passado,
por puro acaso, voltei a mexer com isso quando uma cliente de revisão
perguntou se eu não traduzia também, porque ela tinha um material
em inglês que queria lançar em português. Fizemos o teste, e hoje
em dia ela é cliente fixa.
Além disso, em uma
época eu cismei de lançar meus livros em inglês. Sempre li muito
em inglês, acompanho o mercado independente de língua inglesa
também, e achei que valia a pena tentar. Traduzi um conto e um
livro, para fazer um teste mesmo e ver se realmente conseguia fazer a
tradução do português para o inglês sem ficar estranho. Algumas
colegas blogueiras leram e aprovaram a tradução. Os livros não
estão mais disponíveis em inglês, mas isso me deu segurança para
aceitar fazer testes quando algumas autoras entraram em contato para
saber se eu traduzia para o inglês.
EL&E: Como consegue
separar a leitura crítica, quando está lendo seu próprio
trabalho?
T.L.: Desisti de separar.
Sério, não consigo. A história está sempre clara demais na minha
cabeça, então não consigo ver os problemas de construção, as
partes que preciso aprofundar ou descrever mais, cenas que não são
necessárias ou partes em que eu deveria ter dado mais informações.
Desisti mesmo. Justamente por isso, sempre tenho betas acompanhando o
que estou escrevendo (e dando puxões de orelha), e depois de pronto
tenho amigos que trabalham com leitura crítica e que não têm o
menor problema em arrancar meu couro nos comentários. Não sei ficar
sem eles mais hahaha
EL&E: Você
trabalha produzindo capas para outros autores? Se sim, como funciona
esse processo? O autor lhe faz um retrato falado do que imagina ou
lhe entrega uma ideia (como o que acontece na história,
características das personagens, entre outros) e você deixa a
imaginação fluir?
T.L.: Eu tenho clientes que já chegam com uma
foto e falam “quero essa para tal livro, se vira”. Tenho clientes
que fazem um resumo do livro, dando as características dos
personagens, os pontos chaves da história e cenários importantes e
depois falam o “se vira aí”. Tenho clientes que chegam e falam
que não têm a menor ideia de como querem a capa, mas também tenho
clientes que chegam com uma coleção de imagens de referência de
mais ou menos o que querem. Tem de tudo, sério.
Uma coisa extremamente importante para
mim nessa questão de capas é deixar claro desde o princípio o que
o leitor vai encontrar ali. Uma coisa que me incomoda em muitas capas
nacionais que vejo atualmente é que são lindas, visualmente
falando, mas não me falam nada sobre a história. São genéricas,
poderiam ser tanto de um livro de fantasia quanto de um romance
adolescente. Se a capa é a primeira ferramenta de marketing do
livro, ela tem que chamar atenção do público específico da obra
desde o primeiro olhar (vamos combinar, de uma forma ou de outra todo
mundo julga o livro pela capa, não é? Ou alguém vai falar que
quando entra numa livraria sai olhando livro por livro? Não, vai nas
capas que chamam mais atenção). Todos os gêneros literários têm
recursos visuais que já se tornaram “marcas”, e tento sempre
usar estas marcas como base quando estou fazendo alguma capa.
EL&E: Agora, sobre
seus livros da série “Filhos do Acordo”, como surgiu a ideia de
escrever um SciFi com uma boa dose de romance alienígena? Quais os
desafios que encontrou e encontra para escrever cada capítulo?
T.L.: Eu falei que acompanho o mercado
independente de língua inglesa, não é? Bom, o pessoal lá faz umas
misturas meio inusitadas (e tem coisas que até eu acho bizarras) que
acabam dando certo. Conheci o romance scifi assim: estava procurando
livros novos de romance paranormal e de alguma forma quando vi estava
lendo a sinopse de um romance scifi, que era uma coisa que eu nunca
tinha nem pensado que existia. A partir daí eu comecei a ir atrás
de mais coisas do gênero e me apaixonei. Passei um bom tempo
tentando começar algum livro nesse estilo, mas as ideias não iam
para frente. Até que no fim de 2015 aconteceu uma maratona de Star
Wars aqui e eu fui com uma amiga. Lá pelas tantas estávamos as duas
suspirando por um personagem meio... inusitado, por assim dizer. E aí
desse surto de nós duas descobrindo que gostávamos do mesmo
personagem começou a brotar a ideia de Kernos.
O maior desafio, com certeza, é fazer a
história focar mais no romance do que nos conflitos. É o oposto do
que sempre fiz, e um tanto fora da minha zona de conforto, mas estou
adorando. E tentar me manter dentro da ficção científica, sem
puxar para o lado da fantasia, que é o que costumo fazer também.
EL&E: E os
personagens, como surgem as ideias para os personagens masculinos e
os nomes deles?
T.L.: É uma mistura... Normalmente começo
tendo uma ideia do conflito da história, e a partir daí começo a
pensar no tipo de personagens que preciso para encaixar ali. Depois
vem a questão do “fazer o casal funcionar”, então tento ir
definindo características gerais que se complementem dentro da
história. Outra coisa que obviamente sempre influencia na criação
dos personagens masculinos são as características que eu gosto ou
abomino. Tem algumas coisas que eu simplesmente não consigo
escrever.
Agora, os nomes... Olha, já faz uns anos
que estou tentando achar a resposta disso, tá? Normalmente os nomes
“brotam”. Não faço ideia de como aparecem, só surgem do nada
mesmo, e depois nem adianta tentar eu discutir com os personagens e
tentar mudar.
EL&E: Com o
lançamento do E-book do segundo volume da série, Darius,
disponível na amazon, quais são os planos para os próximos
volumes? Tem a intenção de lançar os livros físicos também?
T.L.: Bom, antes do livro 3 ainda vai sair um
conto sobre uma tal festa e uma promessa (quem ler Darius vai saber
do que estou falando). Era para eu ter colocado isso no livro mesmo,
mas estava destoando demais, então vira conto. Além disso, os
planos são lançar pelo menos mais três livros da série esse ano,
o que provavelmente vai encerrar o primeiro arco da história. Depois
disso, já tenho pelo menos mais dois livros planejados, mas só ano
que vem mesmo.
Pretendo fazer os físicos sim, só não
tenho certeza de quando ainda. Vou terminar de lançar os físicos de
Crônicas de Táiran primeiro, e aí vejo para começar a imprimir
Filhos do Acordo.
EL&E: Por fim,
deixe um recado aos nossos leitores e aos aspirantes a escritores:
T.L.: Aos leitores, muito obrigada por serem
leitores. Pode ser o maior clichê do mundo dizer isso, mas é a
verdade: se não fosse por vocês, nós, escritores, não estaríamos
trabalhando com o gosto que trabalhamos. As histórias não iam ter a
mesma graça sem saber que estão sendo lidas, sem topar com os
comentários internet afora. Então muitíssimo obrigada!
Aos aspirantes a escritores: levanta a
cabeça e corre atrás. Simples assim. Não desista. Estude, pesquise
sempre, corra atrás de melhorar. Entenda o meio onde você está
entrando, e vai atrás do que você quer. Não é fácil, mas não é
impossível como costumam dizer, então se arrisque e vai.
A Thais está para lançar um novo livro, que posso dizer que vai fica "pacas" maravilindo e não vejo a hora de tê-los em mãos para ler!
Então vamos aguardar esse lançamento e assim que tivermos novidades, terá uma BookNews especial.
Gostou da entrevista? Quer ver um autor que gosta respondendo nossas perguntas? Comenta aqui, dê sua opinião e indique novos autores!
Ah, não esqueça de conhecer nossas redes sociais!
Até o próximo Produto Nacional!
Carinhosamente,
Esquipe EL&E
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