29/05/2017

[Resenha] Mil Pedaços de Você, de Caludia Gray

Boa noite, maravilindas people!

Essa semana o blog está entrando com uma nova faze, vamos deixar de postar algumas colunas e daremos espaço para novas, como a surpresa de amanhã!

Mas como hoje é segunda-feira, é dia de resenha, nee?!



Essa foi um dos livros que já me ganhou "de cara". A ideia é fascinante, mas me surpreendi quando a Claudia entrou um pouco além no tema, rápida, mas ainda sim de maneira que não foi apenas mencionado ou superficial demais.

Bora pra resenha então, nee?!


TÍTULO: Mil Pedaços de Você
TÍTULO ORIGINAL: A Thousand Pieces of You
AUTOR(A): Claudia Gray
EDITORA: Agir Now
PÁGINAS: 288
ANO: 2015
SAIBA MAIS: SKOOB

SINOPSE: Marguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas.
Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir.
Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois?
Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?


RESENHA: Esse é o segundo livro que venho resenhar, que conta com uma “trilha sonora”/referência de bandas, das quais eu escuto – ao menos duas delas.
Para um YA (Young Adult/Jovem Adulto), a trama traz algo diferente como premissa, que é a viagem pelos Multiversos (ou Dimensões Paralelas) e também algumas teorias que envolvem Física Quântica.

Confesso que nas primeiras páginas me senti como se assistindo a um documentário sobre o assunto. O que para mim foi bem legal, pelo ponto de que a Claudia soube explicar suas teorias com base em teorias verdadeiras e também porquê eu A-DO-RO esses tipos de documentário.
Mas não para por aí, há muitas reviravoltas durante a trama.

A história é narrada em primeira pessoa, o que nos deixa num completo breu quanto ao que está acontecendo, pois sabemos apenas o que a Marguerite, nossa protagonista, sabe e aprende ao decorrer da trama. Somos “enganados” junto com ela e nos deparamos com essas reviravoltas da mesma maneira.
A trama por si só já é muito bem elaborada. Concordemos que é preciso um pouco de pesquisa mais profunda, quando tratamos de assuntos como o Multiverso, levando em conta todas as teorias que o provam. E como a viajem entre as dimensões é um ponto chave na trama, temos uma gama de alternativas para essas outras dimensões, o que leva um pouco mais de pesquisa, pois em uma das dimensões temos uma Rússia da Dinastia Romanov, por exemplo.
Claro, com todo o seu tom de ficção intrincado também – o que dá um pouco de liberdade para a autora.

Além de tudo isso, temos conspirações e espionagem também.

Não tem como falar do livro sem falar do Firebird, a tecnologia criada pelos pais da Marguerite, que permite a viagem entre essas dimensões. O “medalhão” - pois é um objeto que lembra um medalhão e é usado pelo indivíduo que está viajando – é o que chama a atenção de Wyatt Conley, cuja empresa financiou a pesquisa e criação do Firebird… em duas dimensões e é justamente isso que se torna o pivô para o começo da jornada.
Além, claro, do envolvimento da nossa protagonista nisso tudo, que não é apenas mera coincidência. Em primeiro momento ela quer apenas se vingar de Paul Markov, ele e Theo são alunos dos pais dela e também trabalhavam no projeto do Firebird. Paul acabou se tornando suspeito do assassinato do dr. Henry Caine, pai da Marguerite.

A trama já começa nesse ponto, momentos antes da Marguerite se decidir em seguir Theo pelas dimensões atrás de Paul. E toda vez que achamos que tudo vai se resolver, acontece uma reviravolta que muda todo o pensamento inicial da protagonista e o nosso também, pois estávamos seguindo junto dela e acompanhando as mesmas experiências.
E foi nesse ponto que a Claudia pecou um pouco, na minha opinião. A Marguerite é quase aquela típica personagem estereotipada… okay, a gente releva isso em consideração a trama. Porém ela se mostrou uma personagem completamente dependente, ao ponto de achar que não conseguia lidar com uma situação sozinha, sempre com o pensamento de que precisava do Theo ou esse outro alguém – que eu não vou dizer quem, pois seria spoiler – ao lado dela.

E sim, ela poderia muito bem ter resolvido certas situações sozinha.

Em parte é entendível, pois numa das viagens, se ela não tivesse se “comedido”, algumas outras coisas não teriam acontecido… Mas ela poderia ter se imposto um pouco mais e não ter sido tão dependente.
Por sorte, isso acontece até certo ponto, depois ela se torna mais altiva e proativa. O que é bom.

Das outras personagens, temos os pais da Marguerite, Henry e Sophia, ambos físicos. A ideia inicial do Firebird foi da Sophia e foi por meio desta que Henry a conheceu. Ambos são bem excêntricos, porém muito apaixonados e divertidos.

Josie é a irmã mais velha da Marguerite e segue uma das formações do pai, oceanografia – sim, ele não é apenas físico – e se encaixa muito bem no papel de irmã mais velha.

Theo é descrito como sendo alguém bem extrovertido, um pouco arrogante, mas com muito bom humor, não que ele usa iiso para estar acima dos outros e gosta de flertar bastante…. Bastante mesmo. Ele é uma pessoa muito entusiasmada e comunicativa.

Paul é o completo oposto de Theo, sendo mais introvertido e quieto, quando se trada de conversar com outras pessoas ou expôr seus sentimentos com palavras. Acho que isso o torna mais intenso e ao mesmo tempo, no decorrer da trama, temos a sensação de que não conseguimos entendê-lo perfeitamente, exatamente como a Marguerite se sente… ele é mais misterioso e difícil de “decifrar”.

E claro, não podíamos esquecer de Wyatt Conley. Pelas próprias palavras da Marguerite, ele é uma pessoa jovial, com um espírito infantil que o faz parecer muito mais novo do que realmente é. Mas isso não diminui o fato do interesse dele pelo Firebird, além do comum e normal, para o CEO da empresa que financiou o projeto.

Da edição, foi muito bem-feita. A Agir Now manteve a capa original e fez um ótimo trabalho na parte interna. Está com uma fonte bem agradável e espaçamento também.
Eu adoro essa capa e tem TUDO a ver com a história.
Inclusive o título, que foi uma tradução literal, então super “encaixou” com a trama.



MINHA IMPRESSÃO: Um dos assuntos que mais me prende é a Teoria do Multiverso, então o livro já me ganhou aí. Pois não é algo embasado apenas na imaginação e criatividade da autora, tem como base a teoria em si.
Apesar da Claudia saber explicar como funciona, ela faz isso numa linguagem bem coloquial, de forma que não torna a trama chata ou massante com as explicações. Não há um excesso de termos técnicos, ainda mais por ser narrado por uma personagem que não entende de Física – não como seus pais, Paul e Theo.

Para quem curte bastante esse Universo de Possibilidades, o livro é a melhor pedida, dentre livros de ficção e YA (Jovem Adulto). Isso não é uma coisa que fica bem explicado na sinopse, então acabou sendo uma surpresa quando comecei a ler sobre isso, já nas primeiras páginas do livro.

Confesso que realmente não esperava um livro YA que abordasse esse teme, da maneira como a Claudia fez. Claro, temos incontáveis livros com viagens entre dimensões, mas em geral são totalmente criativas e com um portal “mágico” - o que não deixa de ser legal também.
Mas como sou a “Louca dos Documentários Teóricos e Conspiratórios” (adoro o “Em Busca de Alienígenas” ou então “Monster Quest” hahahahaha), fiquei superanimada quando a Marguerite começou a falar sobre a Teoria do Multiverso, pois é legal ler um livro que use essa base para a viagem entre dimensões.
Além de ser bem fora do comum também.

Algo bem interessante, e que eu acho que é uma boa maneira de revelar acontecimentos, são as idas e vindas na trama. Em alguns momentos estamos no presente e então a Marguerite começa a nos contar o que aconteceu tempos atrás, desfazendo aos poucos os nós na trama e ligando os pontos.
Gosto de histórias assim, pois a leitura já começa na ação. Particularmente, acho que tramas que seguem essa linha de desenvolvimento prendem muito mais o leitor, do que aquelas que seguem pela linha reta, partido do princípio onde a personagem principal é apenas uma pessoa “comum”, antes de descobrir o “desconhecido”.
Claro, temos o mérito de que a Claudia soube fazer isso sem deixar o leitor perdido, pois ela consegue juntar todos os pontos nos momentos certos, nos fazendo seguir juntamente da Marguerite. E há coisa que são mencionadas, que se acha que é apenas um detalhe… mas depois você percebe que tem um “propósito” real… e são coisas bem banais mesmo (e chega por aqui, pois então seria spoiler hahahahaha).

O único ponto negativo que eu teria pra falar sobre o livro é o que mencionei acima, sobre a Marguerite ser uma personagem dependente, mas para a alegria geral da nação, ela começa a ter atitudes que condizem com o papel dela, como protagonista.
Um aviso aos Anti-Triângulos Amorosos, existe, sim. No entanto, a Claudia não fez disso a trama principal e soube resolver a “indecisão” da Marguerite de uma maneira BEM interessante, levando o interesse amoroso por um outro caminho.

De uma maneira geral, o livro me agradou muito e de distintas maneiras também.
Existem pontos que deixam um eco nos pensamentos, com o famoso “e se”, além de um pouco mais, como até onde as pessoas iriam pela Ciência e Tecnologia, num grau bem avançado. É o tipo de trama que te prende pelo enredo, mas deixa esses resquícios de pensamentos depois que a leitura termina.

Ele é profundo, sendo sútil na maneira como esses assuntos são abordados.
E cara, a Claudia juntou a Teoria do Multiverso, conspirações, espionagem, Florence + the Machine e a Dinastia Romanov (só faltou o Rasputin (verificar nome) hahahaha)… ah, e mitologia… tudo em um único livro!
Amo Muito!

P.S.: Para quem ficou na curiosidade de qual foi a outra resenha de livro com “trilha sonora” de banda que eu escuto, foi A Desconstrução de Mara Dyer, com a banda Death Cab for Cutie.

Então já fica aqui, indicações de bandas!


E você, já leu Mil Pedaços de Você? O que achou? Conta pra gente aqui nos comentários!


Um beijo e até o próximo post!

Carinhosamente,
Equipe EL&E

Nenhum comentário:

Postar um comentário