12/10/2016

Produto Nacional: Entrevista - Renato Rodrigues


Sejam bem-vindos a mais um especial de entrevistas do Produto Nacional!!!

Hoje, puxando o autor do post anterior - da semana passada - Renato Rodrigues (veja o post AQUI), trouxemos a entrevista dele. O Renato é super gente fina, bem-humorado, muito querido e maravilindo também! Foi muito legal conhecer ele e mais legal ainda ele ter aceitado participar desse nosso quadro! 

Bora então, conhecer um pouco mais sobre o Renato Rodrigues!



EL&E: Quando você começou a escrever?
R.R.: Oficialmente, em 2011 quando lancei meu primeiro livro sério. Antes, já escrevia esquetes de humor para rádio e para livros de piadas desde os anos 90.

EL&E: Como é para você escrever? (O que sente? O que te motiva a contar histórias? O que acredita que elas fazem com quem as lê? Como é seu processo de criação?)
R.R.: Foi uma surpresa saber que eu conseguiria escrever uma história com início meio e fim. E uma felicidade saber que alguém gosta! Eu me divirto escrevendo as falas dos personagens e, talvez o que mais me motive, seja tentar passar bons sentimentos ao leitor, boas experiências que envolvam amizade e a boa camaradagem. Eu espero que essas experiências que os personagens vivam na trama inspirem o leitor como outras tramas me inspiraram no passado.


EL&E: O que inspirou a escrever sobre o universo dos seus livros? 
R.R.: Os Dragões de Titânia é uma saga baseada nas aventuras de RPG que joguei com amigos de longa data, iniciadas há 25 anos, direto do túnel do tempo. Nós anotávamos as aventuras e elas me serviram de base para a trama assim como a personalidade dos jogadores serviram para formar o jeitão de ser de cada aventureiro.

EL&E: Qual personagem você teve mais prazer em escrever? Por que?
R.R.: Talvez o esquizofrênicos mago Khosta seja o que mais me diverte pois ele tem vida própria e só faz o que quer. Mas acho que o guerreiro Sylvester, o grandalhão de bom coração, seja minha principal voz na história. 

EL&E: Na(s) trama da(s) sua(s) história (s) tem algum elemento ou fato que retirou da sua vida pessoal, algum trauma ou experiência marcante fantasiada na narrativa?
R.R.: Eu devo ter incorporado algumas coisas engraçadas que nos aconteceu para dar leveza. Mas talvez a possibilidade de corrigir erros da vida pessoal estejam ali presentes também, não sei. Preciso meditar sobre isso, kkk

EL&E: Qual foi o autor ou autora que mais lhe inspirou a escrever? Qual frase ou ação dele (a) que lhe motiva até hoje e que usa como referência de grandes mudanças na literatura? 
R.R.: Gosto muito do poder de síntese das crônicas de Carlos Eduardo Novaes, Stanislau Ponte Preta e do Luis Fernando Veríssimo. E também do humor anárquico de Leon Eliachar.  Eles conseguem passar a mensagem principal em poucas palavras e eu acho isso fenomenal.  Uma frase? “Procuro manter sempre o mesmo nível de humor, mas a culpa não é minha: tem dias que o leitor está mais fraco.” (Leon Eliachar)

EL&E: Possui alguma mania ou peculiaridade quando escreve? Por exemplo, coloca um estilo de música especial, se tranca num quarto por horas, faz jejum enquanto escreve um capítulo, escreve de pé, etc. 
R.R.: Sim, gosto de me isolar ouvindo trilhas sonoras que me ajudem a retornar ao universo fantástico. E também de beliscar guloseimas pra dar um tcham na seretonina, kkk  

EL&E: Há diversos autores que foram consagrados com um gênero específico de literatura e quando escreveram algo fora disso, não foram tão bem-sucedidos. Hoje, você se imagina escrevendo algo diferente do estilo que vem publicando? E, se sim, como acha que lidaria se o seu novo gênero não fosse tão bem-aceito com o anterior? 
R.R.: Pois é, talvez eu seja um escritor de ocasião, escritor de uma saga só. Gostaria de escrever uma trama em forma de comédia rasgada, mas não sei se existe público pra isso. Um dia descubro, nem que seja por esporte postando na rede.

EL&E: Como você publicou seu livro? Como foi o contato com a editora: você a procurou ou ela procurou?
R.R.: Não teve muito glamour não, em 2011 a Editota Escala precisava de uma trama e eu, que já trabalhava com eles há mais de uma década, estava ali na hora certa no lugar certo para pegar o trabalho. Hoje lanço de forma independente, mas sou grato por eles terem acreditado em mim e despertado esse meu lado profissional que nem eu sabia existir.

EL&E: Como encara o alto investimento de grandes editoras em livros internacionais? 
R.R.: Business, normal, algo que já tinha presenciado no meio dos quadrinhos desde sempre. Mas tem lados bons pois alguns destes êxitos estrangeiros ajudam a financiar autores novos, e isso é essencial para o mercado.

EL&E: Em relação a arte da capa e da parte interna do seu livro, você gerenciou ela meticulosamente ou deu a ideia de como imaginava e criaram para você?
R.R.: Sim, eu mandava as fotos de atores e alguns desenhos de como imaginava o personagem e a talentosa Carolina Mylius dava forma a ele.

EL&E: Como você, escritor e também amante da literatura, explicaria o fato dos brasileiros leem tão pouco? Que medidas você acredita que deveriam ser feitas para melhorar nossa média anual de leitura? 
R.R.: É um destes problemas de base. Nas escolas, desde cedo, são feitas tentativas de empurrar obras pesadas da nossa literatura que assustavam alguns jovens leitores (da minha geração). O recente fenômeno de Harry Potter veio para tirar o medo de livros grossos desta atual geração que hoje já está aí entrando no mercado de trabalho. Que venham outras aventuras que aproximem os jovens da sala de leitura. Eu adorava as coletâneas de “Para Gostar de Ler”, Monteiro Lobato e a “Coleção Vagalume!” e as recomendo até hoje para quem quer começar a ler. 

EL&E: Se você pudesse falar com um futuro escritor que estivesse com medo de publicar seu projeto, 3 coisas que você diria a ele que só a vida de escritor publicado lhe ensinou?
R.R.: UM: Escreva com o coração, mas encare como um trabalho. Porque É um trabalho sério, mesmo que mal remunerado. DOIS: Você concorrerá com os melhores e com os mais vendidos (que nem sempre são os melhores) então você precisa fazer O SEU melhor. Se você puder ter orgulho do que terminou de escrever já será uma pessoa mais realizada. TRÊS: Tenha um plano B, um meio de remuneração certo pois o mercado nacional de livros ainda não está preparado para acolher tanto autores.  Talvez não esteja preparado para acolher nenhum. 

EL&E: Como funciona um financiamento coletivo para vocês, escritores, e para nós, ansiosos leitores? Por que investir nesses projetos? 
R.R.: Eu demorei muito tempo para entender, mas ele funciona quase como um pré-venda, falando de maneira pratica. É um meio de viabilizar um projeto sem precisar empenhar a hipoteca da casa para poder pagar a gráfica, kkk. Você divulga o projeto de seu livro e a pessoa colabora para ele venha a acontecer. O que o leito ganha? Cada cota tem um brinde diferenciado, seja um simples autógrafo com marcadores até chaveiros, CDs ou objetos que façam parte da trama. 

EL&E: Deixe um recado aos nossos leitores e aos aspirantes a escritores:

R.R.: Para os leitores, muito obrigado, cada autor nacional que vocês prestigiam ou simplesmente divulgam, ajudam a transformar o mercado num lugar melhor. Para os futuros colegas de escrita, CORAGEM e PERSISTÊNCIA! É um trabalho árduo criar universos, pessoas, emoções e surpresas a cada página mas, acreditem, essa ainda é a parte fácil: chegar ao leitor é o grande desafio. Quando eu descobrir como faz, juro que conto. Abraço a todos! 


Cada vez que leio as entrevistas que fizemos - e ainda tem mais pela frente - fico super emocionada, por ter tido essa oportunidade de chegar um pouquinho mais perto e de quão corajosos todos são - consequentemente, nos dando coragem também.
Para nós - e falo isso toda vez - é muita emoção abrir esse espaço e conhecer e adentrar um pouco mais no universo da Literatura Brasileira.


E você, o que achou? Comenta aqui e conte tudo! Também bateu aquela vontade de ir direto pro Word (ou caderno, ou máquina de escrever... hahaha) e começar já a escrever uma história, não?!
Eu sempre tenho essa vontade! Hahahaha

E preparem o coraçãozinho, porquê ainda tem muita coisa legal para esse quadro!


Carinhosamente,
Equipe EL&E

2 comentários:

  1. Adorei a entrevista realmente.Super apoio ele a escrever sobre, comédia rasgada,se for do jeito que estou imaginando,vou adorar.

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    Respostas
    1. Oi Elvis, tudo bem?
      Realmente não irá se arrepender ao adentrar nesse universo!

      Bjus

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