14/02/2017

[Primeiras Impressões] Do Sangue ao Desejo, de Jéssica Macedo

Hello people,
Sejam bem-vindos a mais um “Primeiras Impressões”!


Ai, ai… vamos falar de seres da noite – ou seriam, pelo dito popular – romance de época e Hot/erótico(?), enfim…

Mais um livro disponível na Amazon e que quis saber como era, ter as “Primeiras Impressões”, dessa história que nos promete muuuuita coisa!

Bora lá, conhecer um pouco mais!


TÍTULO: Do Sangue ao Desejo
SÉRIE: Desejos Sombrios
AUTOR(A): Jéssica Macedo
EDITORA: Publicação Independente
PÁGINAS: 240
ANO: 2017
ONDE COMPRAR: Amazon-BR

SINOPSE: Ele é um predador, um lobo em pele de cordeiro. No entanto, ela não é uma presa como as demais mulheres, e para conquistá-la precisará de mais do que o seu poder de sedução.
Aron Donovan é um duque irlandês que vive com duas irmãs na Londres vitoriana. Um lorde distinto, dono de uma beleza inigualável, mas que esconde um segredo terrível... As mulheres que se deitam com ele nunca mais são vistas vivas. Um demônio para alguns e um deus para outros, as conjecturas a respeito do homem passam longe de deduzir o que ele verdadeiramente é.
Um presente de sua irmã o leva até um bordel, num bairro de Londres onde todos os pecados podem ser comprados e a breve visão de uma mulher será capaz de roubar seus pensamentos até finalmente encontrá-la.
Contudo, Dária, assim como Aron não é humana; possui um passado igualmente sombrio e um ódio particular contra os homens. Dobrá-la aos seus desejos exigirá dele mais do que um toque e poucas palavras.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES: Assim, não foram muito boas, as primeiras impressões (leitura da amostra da Amazon - até parte do capítulo 3), e vou ser sincera.
A sinopse nos apresenta uma premissa até interessante, mas acaba nos confundindo um pouco quando começamos a ler.
Me foi apresentado como sendo um Romance de Época E Hot/Erótico. Okay, fui atrás… só que foi um banho de água fria.
Eu até conversei com a Ana, que é a perita aqui na equipe em Romance de Época, pra mim não sair falando besteira e coisas infundadas. Romances por si só não me chamam a atenção, independente se é de época ou não, mas como este tinha o elemento FANTASIA no meio, dei uma chance.
Existe uma grande diferença entre erótico e hot, entendemos isso. Erótico não é necessariamente explícito enquanto que no hot temos cenas de nos fazer pegar fogo e, compreendendo como isso funciona nos romances de épocas mais “convencionais”, é completamente aceitável que a cena seja erótica, sem ser hot.
E esse é o grande problema, mas não o que mais me incomodou – chegaremos lá.
Quando soube que era erótico, criei uma expectativa com base em outros livros lidos e que continham tal elemento. É o que acontece com todo o leitor, é natural e sem problema algum, mas se torna incômodo quando essa expectativa murcha.
Logo no primeiro capítulo temos uma cena que era para ser erótica/hot (ainda estou confusa com o que a autora quis passar), só que em nenhum momento ela foi erótica ou hot, esse é o problema, pois foi uma cena sem envolvimento algum com o leitor, não conseguiu transmitir qualquer sentimento que era prometido.
A cena é corrida, confusa em alguns momentos e um tanto dolorida também (o que me deixou muito incomodada).
Eu me senti murcha e como se tivesse lendo algo corriqueiro, uma cena que não tinha o intuito de ser impactante – para o primeiro capítulo.

E então chegamos na parte que mencionei lá em cima, sobre os pontos que mais me incomodaram no livro.
E não apenas por causa dessa cena acima, mas, em principal, por ser categorizado como romance de época e não me entregar isso.
Logo nos primeiros parágrafos somos apresentados a uma Londres do final do século 19, Era Vitoriana e auge das fábricas e explosões de movimentos de evolução.
Não teria problema nenhum em descrever essa Londres, pois a vemos em filmes e diversos outros livros – Era Vitoriana é queridinha dos autores – mas não se torna crível quando há descrições de árvores pelas ruas, em pleno OUTONO e folhas cobrindo as calçadas.
Além de descrever a cidade como linda e toda iluminada, há muita incoerência de alguns fatos. Londres sempre foi descrita como sendo uma cidade cinza – pelo clima – e “piorou” nesse período pelas construções e afins.
Essa Londres não colou, pelo menos pra mim, pois por ser um romance histórico, acredito que esse tipo de incoerência não deveria existir. E há uma nota da autora, antes do prólogo, onde ela informa o leitor , dizendo que fez pesquisa sobre costumes, lugares e outros detalhes relevantes…
O que não se encaixa, pois se é histórico e aconteceu uma pesquisa, o clima e ambientação verdadeira deveriam estar inclusos – já que apareceu em descrições.
Eu senti como se estivesse lendo sobre uma cidade aqui do sul do Brasil no outono, onde temos o clima meio frio, com dias de sol e céu limpo.

Eu sou uma pessoal muuuuito literal em alguns momentos da leitura, ao ponto de que eu realmente me pego imaginando e pensando sobre o que está escrito, da maneira mais literal possível.
Isso acontece na cena que deveria ser envolvente, do primeiro capítulo. Há um momento em que a autora diz o seguinte – narração em terceira pessoa:  “…ela permitiu que seu corpo trêmulo pousasse sobre o chão.”
Não houve menção, antes desse trecho, onde a autora diz que Emily – a personagem em questão – arqueou as costas e eu pensei: “Cara, ela tava flutuando?”
Claro, isso é uma coisa da mente de cada pessoa… porém, isso mostra uma falta de descrição na cena para que ela seja crível ao leitor.

Por último, mas não menos importante e ainda nessa mesma cena de sexo e falando sobre o incômodo quando li tal trecho, está uma atitude do Aron que quase doeu em mim.
Particularmente, pela descrição da cena e ao imaginar como estava escrito, acho IMPOSSÍVEL se desenrolar de maneira “saudável”. Foi como se a autora apenas escrevesse e não parasse para pensar e analisar se era algo que poderia acontecer realmente, sem quaisquer “danos”.
Isso me incomodou, pois quebrou cena – já não muito boa – e deixou uma sensação ruim.

Agora, falando um pouquinho sobre a parte fantástica do livro, que também deixou a desejar. Além da nota da autora sobre a parte histórica, há também um glossário sobre os seres que aparecem no livro, entre eles, Íncubos e Súcubos.
Nesse caso, acredito que o intuito era orientar o leitor, mesmo que sejam criaturas já no inconsciente coletivo e, quando isso acontece, há de se trabalhar com o que todos conhecem ou, então, apresentar uma mitologia nova e bem intrincada.
O inconsciente coletivo, sobre íncubos ou súcubos, é que são criaturas noturnas, o que não acontece aqui, pois é pleno dia quando um deles ataca.

Enfim, a premissa era das melhores, mas não funcionou pra mim.
Posso estar sendo uma chata de galocha ao apontar todas essas coisas, mas são elementos que sempre pulam – quase mais que a própria história – quando estou lendo e em alguns momentos é difícil de “engolir” e dizer “Okay, está maravilhoso!”.
Não há problemas em criar um romance histórico erótico, que apresenta criaturas como tais mencionadas – montes de livros mundo afora o fazem – mas para ser crível é preciso uma mitologia/universo intrincado ou apresentar da maneira como conhecemos.
É aquele “velho” papo de saber manipular os elementos com que se está trabalhando, mesmo que haja inúmeros clichês e incontáveis coisas já vistas/lidas antes.


Well, não queremos "detonar" ninguém. São opiniões sinceras sobre coisas que me incomodaram no momento da leitura. 
Há a quem o livro agradará... somos pessoas diferente, com opiniões diferente (mas podemos ser amigos! :D )!

E você, já leu? Conta a qui pra nós o que achou - sem medos!


Carinhosamente,
Equipe EL&E

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