Sejam bem-vindos a mais um "Produto Nacional" com Entrevista!
A autora da vez foi a maravilinda da Rebeca S. Melo (já falamos dela AQUI).
E ela foi super querida em aceitar participar da entrevista - como todos o(a)s autores(as) que já apareceram por aqui.
Ficamos muito felizes quando esses maravilindos aceitam interagir com a gente e com vocês - pois fazemos isso por vocês, nossos leitores amorzinhos.
EL&E: Quando você começou a escrever?
R.S.M.: Foi mais ou menos com treze anos, sem nenhuma pretensão. Naquela época eu nem sonhava em ser escritora, apenas gostava de “inventar” histórias e vê-las ganhando vida num pedaço de papel.
EL&E: Como é para você escrever? (O que sente? O que te motiva a contar histórias? O que acredita que elas fazem com quem as lê? Como é seu processo de criação?)
R.S.M.: Pra mim escrever é a mais bela contradição da vida.
Porque quando eu estou escrevendo é o único momento em que eu me sinto completamente livre – das regras, da expectativa alheia, de tudo. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que tenho uma responsabilidade com a história. A minha liberdade como autora termina onde a liberdade do personagem começa.
O que eu quero dizer é que eu trabalho mais como uma artesã do que como uma inventora. Por esse motivo meu ritmo de escrita é um pouco lento, eu preciso estar conectada com os personagens e eles comigo.
EL&E: O que inspirou a escrever sobre o universo dos seus livros?
R.S.M.: Não saberia dizer... Pra mim as ideias de livros chegam como visitas inesperadas. Um belo dia a campainha toca e à porta da imaginação está um novo personagem, cheio de histórias na bagagem para me contar. E ele ficará hospedado no meu coração até que eu escreva a sua história. Então eu não posso simplesmente ignorá-lo para sempre, eu escrevo porque preciso
EL&E: Qual personagem você teve mais prazer em escrever? Por quê?
R.S.M.: Que pergunta difícil! Kkk
Assim, sinceramente falando, eu estou tendo um tempo muito especial com a Alison, a personagem do novo livro (Do outro lado da lua). Não fala para os outros personagens, mas ela é um tanto diferente. O que mais gosto da Alison é a veracidade dela: não é a garota perfeita, mas é perfeita em suas imperfeições. Sem falar que a história dela é a mais profunda e significativa que já escrevi. Acho que vou chorar muito quando tiver que me despedir dela, porque estou adorando escrever esse livro!
EL&E: Na trama da(s) sua(s) história (s) tem algum elemento ou fato que retirou da sua vida pessoal, algum trauma ou experiência marcante fantasiada na narrativa?
R.S.M.: Não exatamente... Em “Rainha dos Corações Congelados – Inverno”, a vila onde a Melinda vai morar foi retirada de uma série de poemas que escrevi aos 15 anos. Nos poemas eu retratava essa vila e ela supercombinou com a história, por isso a inseri ali.
EL&E: Qual foi o autor ou autora que mais lhe inspirou a escrever? Qual frase ou ação dele (a) que lhe motiva até hoje e que usa como referência de grandes mudanças na literatura?
R.S.M.: O autor que me inspirou a escrever foi Sidney Sheldon, de um jeito nada convencional...
Quando eu era adolescente, eu adorava escrever, mas me entristecia o fato de não conseguir escrever livros tão bons quanto àqueles que eu lia. Eu pensava que os escritores profissionais já nasciam prontos, que eles eram bons desde sempre. Até que um dia, em 2012, eu descobri um livro muito ruim do Sidney Sheldon. Como ele sempre foi um dos meus autores favoritos, eu não quis acreditar que ele tinha escrito aquilo. Sério gente, não me lembro o nome do livro, mas lembro que fui ler críticas sobre ele e todo mundo era categórico ao dizer “nem parece que foi escrito pelo Sheldon”. Foi neste dia que eu percebi que, assim como nós amadurecemos com o tempo, nossas habilidades de escrita evoluem com a prática.
Então eu resolvi que iria lutar para chegar aonde eu queria. O meu alvo era envolver e emocionar os leitores da mesma maneira que os livros do tio Sid faziam comigo. E cada dia é um passo dado rumo a esse objetivo...
EL&E: Possui alguma mania ou peculiaridade quando está escrevendo? Por exemplo, coloca um estilo de música especial, se tranca num quarto por horas, faz jejum enquanto escreve um capítulo, escreve de pé, etc.
R.S.M.: Bom, eu tenho algumas manias sim.
Gosto de escrever ouvindo músicas de acordo com a cena que estou escrevendo. Cada livro tem uma trilha sonora especial. Além disso, eu nunca escrevo um capítulo direto. À todo momento eu paro para reler aquilo que já escrevi, para me certificar que tudo está amarradinho. E o meu arquivo é bem organizado, não consigo escrever num word sem formatação, isso me deixa louca Kkk
EL&E: Há diversos autores que foram consagrados com um gênero específico de literatura e quando escreveram algo fora disso, não foram tão bem-sucedidos. Hoje, você se imagina escrevendo algo diferente do estilo que vem publicando? E, se sim, como acha que lidaria se o seu novo gênero não fosse tão bem aceito com o anterior?
R.S.M.: Sim, coincidentemente todas as histórias que publiquei são do gênero fantasia, mas eu tenho outros planos que envolvem outros gêneros: comédia, ação, romance de época... E se alguns leitores não gostarem dessas histórias, vou tentar não levar pro lado pessoal, afinal sempre vai ter quem gosta e quem não gosta rsrs
EL&E: Como você publicou seu livro? Como foi o contato com a editora: você a procurou ou ela procurou?
R.S.M.: O primeiro (e único) livro impresso que publiquei (até agora) foi pela Bookstart, eles que me procuraram com uma proposta. Essa editora trabalha com financiamento coletivo, então a publicação foi um pouco diferente do padrão.
EL&E: Como encara o alto investimento de grandes editoras em livros internacionais?
R.S.M.: É um pouco decepcionante ver a discrepância que existe entre o investimento na literatura nacional vs internacional. Acho que o maior problema não está no investir em livros estrangeiros, e sim no pouco investimento se comparado a um autor do seu próprio país... Mesmo assim, acredito que isso está mudando.
EL&E: Em relação a arte da capa e da parte interna do seu livro, você gerenciou ela meticulosamente ou deu a ideia de como imaginava e criaram para você?
R.S.M.: Dei a ideia básica e eles trabalharam nela... na verdade foram algumas ideias porque eu sou muito indecisa rsrs
EL&E: Como você, escritor e também amante da literatura, explicaria o fato dos brasileiros leem tão pouco? Que medidas você acredita que deveriam ser feitas para melhorar nossa média anual de leitura?
R.S.M.: Talvez pareça um pouco contraditório o que vou dizer, mas eu acho que deveriam reduzir a quantidade de livros obrigatórios nas escolas e dar mais liberdade para os alunos escolherem o que ler... Afinal como alguém poderia amar a literatura se não existe a liberdade de se escolher o que ler? Talvez com uma maior possibilidade de escolha os alunos iriam se descobrir mais cedo na literatura e consequentemente teríamos mais leitores.
EL&E: Se você pudesse falar com um futuro escritor que estivesse com medo de publicar seu projeto, 3 coisas que você diria a ele que só a vida de escritor publicado lhe ensinou?
R.S.M.: 1) Você já terminou a parte mais importante, que foi concluir a história. Se orgulhe disso, nem todos conseguem.
2) Invista na história e na sua carreira. Crie um público e fidelize-o. Hoje existem diversas maneiras de fazer isso: YouTube, Blogs, Wattpad, Instagram, Amazon, etc.
3) Só depois de ter um público formado, procure por uma editora. E se você conseguir cumprir o passo dois, pode apostar que vão aparecer editores te procurando e não o contrário.
EL&E: Como funciona um financiamento coletivo para vocês, escritores, e para nós, ansiosos leitores? Por que investir nesses projetos?
R.S.M.: Para o escritor é uma forma de publicação onde você não precisará desembolsar para ver o livro impresso. Para o leitor, é uma forma de você não apenas ler um livro, mas literalmente ajudar a publicá-lo. É interessante apoiar esses projetos, afinal sem o apoio dos leitores muitos livros nunca existiriam rsrs
EL&E: Deixe um recado aos nossos leitores e aos aspirantes a escritores:
R.S.M.: Oi gente! Obrigada por todo o apoio e carinho! E parafraseando a nossa amiga Dory, “continue a escrever!” ?
Um amor, nee?! Nós amamos!
E vocês, já conheciam a Rebeca? Já leram os livros dela? Conte aqui pra nós e não nos escada nada!!!
Carinhosamente,
Equipe EL&E
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