24/10/2016

Resenha: Dearly, Departed - Lia Habel


Sejam bem-vindos a mais uma Resenha!!!

Hoje vamos falar desse livro, já bem antiguinho por aqui e que despertou muitas expectativas em mim... mas que não chegou nem na metade delas...
Particularmente, eu realmente esperava um "pouquinho" mais de Dearly, Departed, maass nee?!

Bora então, conhecer um pouco mais de Dearly, Departed!



TÍTULO: Dearly, Departed – O Amor Nunca Morre
TÍTULO ORIGINAL: Dearly, Departed
SÉRIE: Gone with the Respiration – Livro 1
AUTOR(A): Lia Habel
EDITORA: Editora iD
PÁGINAS: 480
SAIBA MAIS: SKOOB 

SINOPSE: Ela é Nora Dearly, uma garota neovitoriana de 17 anos que sofre com a morte dos pais e vive infeliz aos cuidados da tia interesseira. Ele é Bram Griswold, um jovem soldado punk, corajoso, lindo nobre...e morto! No ano de 2187, em meio a uma violenta guerra entre vitorianos e punks, surge um perigoso vírus, capaz de matar e trazer novamente à vida.
As pessoas tornam-se zumbis, mas nem todos são assassinos e devoradores de carne. Há os que lutam para que o vírus não se espalhe…
Apenas Nora tem o poder da cura em suas mãos, ou melhor, em seu sangue. Ela não sabe disso e corre perigo. É papel de Bram protegê-la…


RESENHA: Well… como começar essa resenha??? Zumbis. Temos aqui uma “nova” interpretação de zumbis, onde existe uma chance da pessoa em questão, que foi mordida por alguém portanto a proteína Zr-068 (ou comendo carne de animal infectado), não se transformar num comedor de cérebro. As pessoas infectadas morrem e logo depois voltam a vida e sua condição “pós-morte” depende de quanto tempo ela demorou para reanimar – quanto menos tempo levar, mais controle ela pode adquirir.
Há outras condições envolvendo a vida “pós-morte” para que o zumbi – ou não vivo, como são descritos no livro – para que continuem uma existência “tranquila”. Em geral, precisam de ajuda médica e uma alimentação especial, já que o organismo não funciona para poder digerir o que é consumido.
Basicamente é assim que os zumbis bonzinhos são tratados no livro. No entanto, existem, claro, aqueles mais “tradicionais” também.
Todo esse material, incluindo a parte de “aula de biologia” - a Lia soube explicar com coerência a causa e efeitos do Lázaro, como eles chamam a doença causada pela proteína Zr-068 – é um prato cheio para uma boa história. Mesmo para uma trama envolvendo zumbis.
Porém, ela criou uma ambientação para o enredo que não se encaixou muito bem na história como um todo. Acredito que era pra ser uma história com uma pegada Steam Punk, envolvendo zumbis e romances proibidos. Okay, isso acontece, mas não escala que a sinopse promete.
O ano é 2187, na Era Neovitoriana. Não tanto pelo ano, mas sim o que a época criada envolve, já nos faz imaginar maravilhas – principalmente para quem tem uma quedinha pela antiga Era Vitoriana, tipo eu (Bia). Mas é então que o ano acaba se tornando um certo problema para todo o enredo, pois isso implica tecnologias muito mais avançadas do que aquelas que conhecemos hoje em dia, como níveis subterrâneos de residência, onde a paisagem é completamente holográfica.
O que nos leva a tal Neo Victoria, são várias catástrofes naturais e guerras, incluindo uma Segunda Guerra Civil, então aqueles que sobreviveram decidiram resgatar os costumes – desde etiqueta, vestimentas e valores – da antiga Era Vitoriana, mesclando as tecnologias criadas (como o que seriam tablets e demais coisas funcionais, que substituem objetos verdadeiros, como velas elétricas…) e isso é que não se encaixou na história como um todo, pois ultrapassa completamente o que se espera dessa mistura e nesse caso o “mais” virou exagero e destoou da trama e também dos desenvolvimentos das personagens entre si e a própria personalidade delas.
De uma maneira bem particular, alguns termos usados para descrever alguns objetos e a própria internet, não foram o grande diferencial aqui, acabaram deixando aqueles trechos onde são mencionados muito infantis – não sei se isso foi algo da tradução adaptada pela editora ou se são os termos reais usados no original.
Não consegui me sentir parte dessa ambientação, preferia que tivesse ficado mais no estilo Steam Punk, na verdadeira Era Vitoriana e com as tecnologias certas para o estilo.
Das personagens… Nora é a típica garota deslocada no seu tempo. Numa sociedade que presa por damas recatadas, ela pensa muito mais em guerras (no sentido de se interessar pelo assunto), do que nas etiquetas que é obrigada a aprender na escola interna. Tendo como guardiã a tia, com a qual não tem uma boa relação, Nora se vê presa nesse pequeno mundinho onde sentar e sorrir é o apropriado para uma garota da sua idade… e para todas as mulheres.
Temos também a Pamela, a melhor amiga de Nora. Que não é das melhores personagens… muito pegajosa e dependente demais.
E então temos Bram, aquele que deveria “salvar” a trama. Bram é o que eles chamam de Punk – seriam os rebeldes, que lutam contra a opressão da sociedade, principalmente quando os valores mais quistos são aqueles do melhor vestido ou melhor carruagem… valores capitais, em outras palavras – ele morreu e logo depois reanimou e então entrou para o exército, onde há uma Companhia inteira apenas de não vivos.
A Lia conseguiu colocar um pouco de sal ao tornar Bram um punk, mas ainda faltou alguma coisa.
Não quero parecer que estou detonando o livro, longe disso, mas aconteceu que não ouve uma boa manipulação dos elementos do qual Lia dispunha e criara. Temos em mente uma das eras mais “glamourosas” (se contarmos apenas a vista da superfície, claro hahaha), com a qual poderiam ser trabalhadas todos esses elementos, inclusive o romance “proibido” entre uma viva e um não vivo. É de se esperar aquela sensualidade e magia natural que envolve a Era Vitoriana, só que não acontece aqui, o excesso de tecnologia ofuscou esse brilho e sensualidade, não se encaixou como deveria – de maneira mais natural… pareceu algo muito forçado.
Quanto ao romance, também foi bem fraco.
A trama como um todo tem pontos de vistas além dos da Nora e do Bram e isso foi o que alongou a história demais, juntamente com a demora de acontecimentos.
Em suma, temos um material muito bom para ser explorado, personagens que também poderiam ter sido mais aprofundados e tecnologia demais. No entanto, não foi de todo ruim a leitura, ela apenas se manteve uma linha contínua e reta, do começo ao fim, sem picos de emoções aqui ou ali.
Quando a edição, temos uma ótima diagramação e a editora manteve a capa original – maravilinda.




MINHA IMPRESSÃO: Eu estava muito ansiosa para ler esse livro, praticamente desde que lançou em 2012, porém outros passaram na frente (hahahaha).
Mesmo não sendo uma fã de zumbis (geralmente não consigo gostar de livros, filmes e séries que os envolvam… são raras as exceções hahahaha), tinha decidido dar uma chance, mas não me surpreendeu em tudo.
Como falei lá em cima, tenho uma quedinha pela Era Vitoriana e curto bastante o estilo Steam Punk (como um todo) e achei que Dearly, Departed teria essa pegada, mesmo apesar do ano em que a trama se passa. Entretanto, o excesso da tecnologia estragou essa “magia” e com termos que não nos deixa uma impressão mais crível – como digidiário… juro que sempre lembrava de Digimon todas as vezes que lia isso hahahaha – e um tanto infantis.
Esperava, sim, um pouco mais do romance entre a Nora e o Bram – que é quase encantador por completo… quase. Acabou ficando muito fraco, mesmo que em demanda dos costumes e etiquetas impostar aos neovitorianos, poderia ter sido explorado um pouco mais… além de que, esse lance de romance proibido é um pouco chatinho ao meu gosto, pois acaba tornando as personagens tão iguais e parecidas (mesmo que em histórias completamente diferentes) e aqui isso acontece, mas faltou um pouco de “magia” e sensualidade – falo na mais pura interpretação da palavra, não no contexto brasileiro – pois o Bram poderia ter sido “tudo aquilo”, mas foi apenas “aquilo”.
Como eu disse, a leitura ficou linear e continua. Começou já com a sensação de que tinha alguma coisa não se encaixando ali e permaneceu até o final. Não houve aqueles momentos em que nosso coração bate mais rápido “por isso” ou “por aquilo”, nem mesmo perante os vilões, ou num momento mais… como posso dizer… envolvente – na falta de uma palavra melhor – entre a Nora e Bram.
Dearly, Departed é perfeito para quem gosta de zumbis e quer um pouco de romance envolvido. Simples assim! E para quem gosta dessa mistura massiva de antigo e tecnológico, não se importando tanto se parece um pouco desconexo ou que destoe um pouco na ambientação e trama (hahahahaha).

Mas, apesar de tudo, quero ler Dearly, Beloved hahahaha.


Espero que no segundo volume as coisas fiquem um pouco melhor... hahahaha.

E então, Dearly, Departed é o seu estilo de livro? Já leu e gostou... ou não? Conte aqui para nós!


Carinhosamente,
Equipe EL&E

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